4 de outubro de 2024

VOCAÇÕES LEIGAS PARA A VIDA DA IGREJA

São vocações de todo batizado, que firme na sua fé, está ciente e convicto de sua missão e dispõe a colaborar ativamente na vida da comunidade eclesial, ou seja, da Igreja.

Passados 20 anos do Concílio Vaticano II, a Igreja, na pessoa do, à época, Papa João Paulo II, voltou-se para a temática dos fieis leigos. Após o Sínodo dos Bispos realizado em 1987, São João Paulo II escreveu a Exortação Pós-Sinodal Christifideles Laici em 1988, cujo título pode ser traduzido como Fiéis de Cristo leigos. O documento refere-se à Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, levando em conta a mesma missão dos fiéis leigos como uma resposta ao convite do Senhor na parábola da vinha (Jo 20, 1-4). Este documento nos fala da importância da missão daqueles que não são ministros ordenados, nem religiosos, mas quem estão na Igreja em maior número. Todos nós cristãos somos convidados e enviados, pois assim nos diz Jesus: “Ide também vós para a minha vinha.” (Mt 20, 4)

Os ministérios e serviços dos fieis leigos na Igreja são de grandiosa importância, pois os ministros ordenados ou as consagradas e consagradas não estão presentes nas comunidades da mesma forma que os fieis, haja vista que estes últimos são o grande número dos que formam o Corpo de Cristo que é a Igreja. Assim, a chamada não diz respeito apenas aos Pastores, aos sacerdotes, aos religiosos e religiosas, mas estende-se aos fiéis leigos: também os fiéis leigos são pessoalmente chamados pelo Senhor, de quem recebem uma missão para a Igreja e para o mundo. Lembra-o S. Gregório Magno que, ao pregar ao povo, comentava assim a parábola dos trabalhadores da vinha: « Considerai o vosso modo de viver, caríssimos irmãos, e vede se já sois trabalhadores do Senhor. Cada qual avalie o que faz e veja se trabalha na vinha do Senhor. (Christifideles Laici, 2)

Todos nós, ministros, catequistas, agentes de pastoral, membros das novas comunidades e institutos, somos convidados a servir a Deus em santidade, pois Ele é santo. Nunca, de forma nenhuma, a santidade pode nos assustar. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, pois à imagem Dele que é Santo, busquemos também nós a santidade. Sobre isso a Christifideles Laici nos diz: A vocação à santidade deverá ser compreendida e vivida pelos fiéis leigos, antes de mais, como sendo uma obrigação exigente a que não se pode renunciar, como um sinal luminoso do infinito amor do Pai que os regenerou para a Sua vida de santidade. Um cenário maravilhoso se abre aos olhos iluminados pela fé: o de inúmeros fiéis leigos, homens e mulheres, que, precisamente na vida e nas ocupações do dia a dia, muitas vezes inobservados ou até incompreendidos e ignorados pelos grandes da terra, mas vistos com amor pelo Pai, são obreiros incansáveis que trabalham na vinha do Senhor, artífices humildes e grandes — certamente pelo poder da graça de Deus — do crescimento do Reino de Deus na história. (Christifideles Laici, 17)

E você, está disposto a colaborar com a construção do Reino de Deus? O mundo espera ansiosamente pela sua resposta, em todos aqueles que sofrem, que são marginalizados, que estão tristes ou que padecem.

Jesus convida, conta contigo,
Mas é preciso ter coragem de morrer.
Coração livre, comprometido
Partilha tudo sem ter medo de perder.
(Coração Livre – CF 2013)

Marcos Augusto de Freitas Costa
Pastoral da Juventude/ Comunicação