Falar deste tema requer um aprofundamento sincero e consistente da situação, visto que nos tempos modernos, atravessamos um período caótico na propagação das informações. Notícias mal feitas, interesses subjetivos e falta de eficiência são algumas anomalias que encontramos no universo da informação, cuja doença, se chama falta de ética. O 9ª Mutirão Nacional de Comunicação (Muticom), abordou essa temática tão arrojada e pertinente para o cenário tangente, conhecido como a era da tecnologia. Para efeito de ciência faz-se oportuno percorrer os terrenos das duas balizas que nortearam nossa reflexão: ética e comunicação.
A palavra “ética” vem do grego ethos e significa aquilo que pertence ao “bom costume” ou “portador de caráter”. Para o Dr. Francisco de Salles da UFMG, Ética é a responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, a respeito da essência das normas, valores, etc. presentes em qualquer realidade social.
Bom e o que vem a ser comunicação? Comunicação é uma palavra oriunda do termo latino “communicare”, que significa “partilhar, tornar comum”. Através da comunicação, os seres partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
Desde o Gênese da criação, a comunicação assumiu um grau de vitalidade, sendo uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que descodifica (interpreta) uma determinada mensagem.
Observando os dois conceitos apresentados, notabilizamos que ética é algo que trata do caráter do ser humano, ou de qualquer pessoa, sobretudo, do comunicador. Ele precisa se atentar-se para o que vai comunicar, quando irá comunicar, e principalmente o meio pelo qual vai está comunicando a mensagem. Informar é uma tarefa que exige grande responsabilidade e ética.
Hoje, vivenciamos o tempo das REDES SOCIAIS – tempo profícuo e ao mesmo tempo ameaçador. Profícuo por ser espaço do encontro e da informação imediata. Ameaçador porque muitos perfis, se acham no direito de postar o que pensam sem admitir as conseqüências posteriores. Sendo um espaço virtual em que – por definição – o contato físico não existe, e tratando-se de um lugar onde é fácil cada um “inventar” uma personagem ou uma personalidade, todo o cuidado é pouco.
Dias atrás diversos perfis do facebook e twitter, além de whatsapp e outros veículos promoviam campanhas de apoio a uma apresentadora de televisão, negra que fora agredida verbalmente pelas redes sociais por um caráter preconceituoso. A impressão é que nas redes temos pessoas muito mais preocupadas com a cor da pele do que com o brilho dos olhos (Bob Marley).
Por hora, urge a necessidade de comunicadores e de uma comunicação que humanizem as pessoas ao invés de desumanizar. Lembra o especialista em Filosofia, Luciano Busatto: “Ou promovem a humanização, ou tornam o homem melhor ou transformam-se em instrumentos de dominação, de animalização, de selvageria”. Antes de ser promotor da comunicação é preciso ser promotor da ética, da vida e da transparência. Ter liberdade de expressão é diferente de ter liberdade ao alheio, portanto, quem não sabe ser gente não pode ser agente (fazedor) de comunicação.
Por: Vinícius Paula Figueira
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