4 de outubro de 2024

COMUNICAÇÃO E PRÁTICA CRISTÃ

Marcos Augusto de Freitas Costa

Em nossos tempos, quase todo mundo tem acesso às redes sociais, jornais, televisão, um pouco mais em desuso, mas ao rádio entre outras ferramentas de comunicação. Este texto pretende fazer uma ponte entre o que se “fala e publica e o que se vive”. Comecemos pois por entender o que é comunicação. Segundo o dicionário Aurélio (2010), comunicação é: “A capacidade de discutir ideias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre as pessoas”. Comunicar tem, pois, o mesmo radical latino da palavra comunhão – commun. Isto faz-nos pensar que comunicar é pois o assumir a tarefa de anúncio juntos (comunhão = com+múnus = tarefa, encargo), diga-se de passagem que quando acontece a comunicação, em especial no aspecto cristão, ela provoca o receptor para uma ação, uma atitude, ou seja uma tarefa. Há então um elo entre a comunicação e a comunhão das pessoas, afinal só se há boas relações onde o ato de comunicar é feito com eficiência.

E o que tudo isto tem a ver com a prática cristã?

De início, lembremo-nos o que nos diz São Tiago em sua carta: “A fé sem obras é morta” (Tg 2,17). Assim comunicação e prática cristã devem andar de mãos dadas. Isto consiste que o que eu comunico, devo viver. Assim minha própria vida será um meio de comunicação da fé cristã. Adotar um estilo de vida verdadeiramente cristão, repleto do Espírito de Deus é conveniente e devido aos agentes de toda e qualquer pastoral. Nisto se inclui o respeito às mais diversas situações e pessoas, suas realidades e vivências. A comunicação não faz distinção de pessoas, principalmente no mundo o que vivemos. Ela chega a todos lugares e pessoas, sendo rejeitada ou aceita. Precisamos então ter ciência que a mensagem é dirigida a todos sem exclusões e para tanto deve ser dinâmica e verdadeira, como só uma atitude pode ser.

Podemos falar de uma comunicação mais humana, abrangente, enraizada na vida e na história de um povo ou sociedade. Contudo, a mensagem da comunicação já deve partir de mim mesmo antes de ser publicada nas redes sociais, TV’s, rádio, jornal ou mesmo nas conversas. Em especial, o cristão deve viver o que anuncia. Jesus ao ensinar, usava-se de parábolas, que nada mais eram que comparativos da realidade que Ele mesmo vivia, e assim ensinava os que O ouviam.

A missão da Igreja é exatamente comunicativa desde os primórdios: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade” (Mc 16,15) é o que diz Jesus Ressuscitado aos seus seguidores. Compreende-se assim que a Igreja é a portadora da comunhão e da comunicação por Cristo, com Cristo e em Cristo. Nós todos podemos e devemos ter por base isto quando publicamos em nossas redes sociais, blogs e outros meios de comunicação em massa. Nos comunicamos, mas em que lugar fica a comunhão com Jesus e com os outros? A quem estamos anunciando atualmente? Em uma mensagem diretamente aos agentes de pastoral eu diria que devemos nos esforçar para anunciar com palavras o que já vivemos com gestos e atitudes concretas. É muito pertinente lembrar o que dizia São Francisco de Assis: “Evangelize sempre, se necessário use palavras!”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CASTRO, Valdir José de. A práxis cristã na cultura da comunicação. Vida Pastoral, São Paulo, ano 54, n. 293, p. 3-10, nov./dez. 2013.