4 de outubro de 2024

A ACOLHIDA NA VIDA CRISTÃ

Na Bíblia Sagrada, diversos são os momentos que o acolhimento se faz presente nos encontros entre os enviados de Deus e seu povo. Sobretudo nos Evangelhos, é marcante a atitude de acolhida de Jesus aos que estavam em situação de exclusão e marginalizados pela sociedade da época. Leprosos (cf Lc 5, 12-14), Viúvas (cf Lc 7, 15-15), Doentes (cf Mc 8, 22-25, Lc 4, 38-39) são alguns daqueles que Jesus fez questão de se aproximar e transformar suas vidas. Despois desse encontro essas pessoas nunca mais foram as mesmas.

Ao observar alguns desses encontros podemos perceber que em determinados momentos a figura de outras pessoas foi fundamental para tal encontro acontecer. Que tal lembrar os amigos que levaram o paralitico para que Jesus pudesse curá-lo? (cf Lc 5, 18-20).

O seguimento a Jesus, norteada por sua Igreja, não pode se omitir de imitar a atitude de acolhida do Mestre. Após vários séculos, ainda percebemos que existe um longo caminho a ser percorrido por nós para aproximar nossa acolhida à acolhida de Jesus.

Muitas vezes nos queixamos da presença da juventude em nossas igrejas, mas não sabemos acolher essas juventudes, com suas realidades próprias, desejos e sonhos. Queremos de imediato “enquadra-la” em uma outra realidade. Falta de nossa parte, agentes de pastoral, saber dizer “boa noite” ou “bom dia” com convicção e alegria verdadeira pela presença do outro que está ao nosso redor em nossas liturgias. Falta, inclusive de nossa parte, solidariedade entre nós mesmos.

Quantos animadores e animadoras se afastam dos trabalhos pastorais por motivos de saúde, problemas pessoais e familiares e para alguns o primeiro passo é o julgamento. “Seu José não veio mais para a oração do terço”, “A dona Antonia não participou mais das reuniões da Legião de Maria”, “O Roberto era um jovem tão participativo, mas sumiu da igreja”… Quantos de nós não ouvimos ou até mesmo já dissemos frases como essas… De repente… “Nossa, Seu José faleceu… Fazia tempo que estava doente. Por isso ele não tinha ido mais para o terço”… “Gente a mãe do Roberto faleceu. Ele está cuidando do irmãozinho que ficou”… Em muitos casos esses fatos só se tornam conhecidos na calçada da igreja após a missa dominical.

Diante do exposto, podemos recorrer ao episódio em que Jesus acolhe com tanta ternura a mulher pecadora (Jo 8, 1-11). Enquanto  muitos a julgavam, a resposta do Mestre foi um balde de água fria nos algozes, que com suas pedras do julgamento, se viram obrigados a desistir de tal atrocidade.

Precisamos e devemos beber constantemente da fonte da Acolhida, que é o próprio Cristo. O Papa Francisco tem insistido para que sejamos cristão acolhedores! Misericordiosos… Não meros fiscais da fé!

Portanto, vamos exercitar a cada momento o dom da acolhida! Acolher com amor fraterno e sincero todos aqueles que se aproximam! Que nossas ações diárias sejam chão fecundo que leve os outros ao Mestre Jesus.

Por:  Eder Pessoa – Ipaporanga-CE

Bibliogafia: Biblia Sagrada, Edição Pastoral.