5 de outubro de 2024

#A voz do Pastor #Roceiro

ROCEIRO AGOSTO/SETEMBRO 2017

A VOZ DO PASTOR

Caríssimo leitor, internauta!

Nas minhas andanças e visitas às comunidades e regiões de algumas das nossas paróquias da Diocese de Crateús, deparei-me com uma “quase ausente” Pastoral Familiar. Confesso que isso me preocupa por demais, uma vez que sabemos a importância da FAMÍLIA para a Igreja e para a sociedade.

Por outro lado, tive a alegria de participar de pelo menos dois encontros da Pastoral Familiar da Paróquia do Senhor do Bonfim e, com aquelas famílias, partilhar algumas preocupações, alegrias e orientações da Igreja, sobretudo do Magistério do Papa Francisco.

Tomei a decisão de colocar neste nosso informativo diocesano o conteúdo de uma das reflexões feitas por mim, num daqueles encontros, na qual discutíamos sobre algumas ondas destruidoras das famílias, dos valores humanos e cristãos:

 A Globalização: o mundo dentro da nossa casa. Quem ajuda a peneirar tudo que chega? (o positivo e o negativo desse fenômeno);

  1. O Neoliberalismo: o culto ao dinheiro; o domínio da economia; o lucro acima da dignidade humana;
  2. A Massificação: ter que ser igual a todo mundo; a destruição da individualidade; o modismo; a alienação; relativização dos valores (o que vale é o que está na moda);
  3. A Revolução Sexual: antes, muita repressão, agora, nenhum limite; vale tudo; o importante é prevenir-se das doenças e gravidez, o resto não importa.
  4. O Divórcio: há uma verdadeira propaganda contra a força do amor; contra os valores duradouros; não se aceita a renúncia, o compromisso da fidelidade. “É bom enquanto dura”! Pintou dificuldade? Parte pra outra!
  5. A Violência: que assusta a família, provocada pelo nervosismo (stress), desemprego, álcool.
  6. As Drogas: inicialmente criam mil ilusões na cabeça de nossos jovens e adolescentes, mas depois os deixam sem rumo, cometendo as maiores loucuras para adquiri-las, uma vez que não mais se consegue ficar sem elas.
  7. A Miséria: situação em que se encontram milhões de famílias, por causa de uma injusta distribuição das riquezas do planeta: uns têm demais e outros de menos.
  8. O Proselitismo Religioso: a disputa de fiéis entre as igrejas que acaba gerando divisões no interior das famílias.
  9. A Crise dos Valores Religiosos: a fé não tem mais a centralidade nas famílias; a participação nas atividades religiosas vai ficando em segundo plano (oração em família ou novela? Círculos bíblicos ou novela, esportes? Culto, Missa dominical ou passeios, praia, futebol etc?).
  10. A Ausência de Limites: um processo educacional na família e na escola que conduz à falta de limites, a uma concepção equivocada de liberdade (filhos pequenos já não respeitam os próprios pais, professores; fazem o que querem; vão aonde querem etc. Passa-se do autoritarismo dos pais para a ditadura dos filhos).
  • A QUEM INTERESSA TUDO ISSO?

É claro que não interessa às nossas famílias! Mas, todas elas estão sendo vítimas de tudo isso. Então, a quem interessa?

Àqueles que querem dominar, mandar neste mundo, ter o controle da sociedade, do poder, das riquezas. E sabem que desestruturando a família, estão desarticulando o alicerce da sociedade. Família desunida, dividida, é igual à sociedade desunida, dividida. E sociedade dividida, desorganizada não incomoda a quem deseja mandar, dominar.

Embora se façam discursos defendendo a família, as ações, as políticas, as idéias que se propagam aos adolescentes e jovens, através da escola, da TV, da Internet vão noutra direção:

Separa-se o sexo do amor;

Separa-se a liberdade da responsabilidade;

Reivindica-se cada vez mais direitos e esquece-se dos deveres;

Fala-se de paz e amor, mas desde que todos concordem com o que eu penso;

Desvalorizam-se os valores tradicionais e se perdem nos modernos.

Isso interessa, e muito:

A indústria do sexo, da pornografia, que se enriquece às custas da destruição dos nossos lares.

A indústria da droga, que cresce mais do que qualquer outra, à custa da morte de nossos filhos.

A indústria da guerra, que movimenta bilhões de dólares à custa da violência, provocada muitas vezes pelas  armas que compramos dela.

À indústria do poder, que se banqueteia com o dinheiro público, dos cidadãos, enquanto nossas famílias brigam entre si e não se interessam pelo que se passa nas câmaras, assembléias.

À indústria do esporte, do lazer que não nos deixa ficar reunidos gratuitamente com as pessoas que amamos. Eles ganham, lucram com o nosso descanso e não nos deixam unidos.

À indústria do Desnecessário que nos convence de comprar um monte de bobagens que passaríamos tão bem sem elas. Acabam jogando filhos contra pais, porque querem o que os pais não podem dar.

5- COMO REAGIR?   O QUE FAZER?

Precisamos resgatar algumas coisas. Precisamos nos convencer que há maneiras mais simples de se viver. Precisamos “voltar às Fontes da Palavra de Deus”, ao estilo de vida simples, à beleza das coisas cotidianas, às nossas tradições etc

Estão nos roubando a coisa mais preciosa: nossa família, nosso futuro, nosso recanto acolhedor, nosso lugar do aconchego, nosso abrigo, nosso apoio nos momentos de dificuldade. Estão destruindo nosso casamento… Estão roubando nossos filhos… Estão capitalizando nosso tempo livre… Estão se aproveitando do nosso suor, do fruto do nosso trabalho árduo… Estão matando nossa fé… Destruindo nossos valores… nossa Igreja… Estão até querendo nos convencer que Deus nem existe… E vamos deixar?