ROCEIRO NOV/DEZ 2018
Este nosso informativo diocesano chega a suas mãos com sentimento de alegria e gratidão; com cheiro de saudade e esperança. Alegria e gratidão pelas ações planejadas e desenvolvidas ao longo deste ano que vai chegando ao seu final; saudade das marcas do que se foi e também de quem se foi do nosso meio; cheiro de esperança em relação a tudo que estamos sonhando e nos propondo a fazer em 2019, sempre com o auxílio da graça divina.
Neste ano de 2018, celebramos o Ano Nacional do Laicato, com o tema: Cristãos Leigos e Leigas, Sujeitos na “Igreja em Saída”, a serviço do Reino, e o lema: Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14).
Quero aqui, dirigir minha palavra, primeiro, de reconhecimento aos nossos inúmeros(as) catequistas, animadores(as), ministros(as), cantores(as), tocadores(as), zeladores(as) de nossas comunidades e todos que atuam no serviço público (professores, profissionais da saúde, políticos, militares, tabeliães, advogados, magistrados) e privado (bancários, comerciantes, produtores, construtores etc, por sua tão bela e grande vocação: ser sal da terra e luz do mundo, a serviço do Reino, nesta nossa Igreja em Saída.
Segundo, gostaria de dirigir-lhes minha palavra de gratidão pelos preciosos serviços prestados às nossas comunidades, pastorais, movimentos, organismos eclesiais, sociais e à população em geral. Nunca é demais recordar a bela expressão de Puebla, referindo-se aos cristãos leigos e leigas: “Os leigos são “homens [e mulheres] da Igreja no coração do mundo e homens [e mulheres] do mundo no coração da Igreja” (PB, 786).
A beleza da Igreja é a diversidade de carismas reunidos na unidade do Espírito Santo. Nesse sentido, louvo e agradeço a Deus pela vocação e missão de nossos presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, consagrados, seminaristas de nossa diocese, tão empenhados em acompanhar, assistir com os sacramentos, formar e conviver junto às famílias, grupos e comunidades.
Não somos perfeitos. Não conseguimos realizar tudo do modo como planejamos e do modo como gostaríamos de ter realizado. Mas a graça de Deus atua para além de nossas fraquezas, por isso, os sinais do seu Reino estão por toda a parte. É só estar atentos e alargar o coração para percebê-los. E por todos eles damos graças ao Senhor.
A razão de tudo isso, a força que nos move é um Menino deitado nas palhas da manjedoura. Esse Menino bom, que sabe esperar e adormecer em nossos braços, pois confia que, afinal, sua bondade nos contagia e nos leva a transformar o mundo.
Aproxima-se o final do ano. Aproximam-se as festas natalinas e a imagem dessa criança na manjedoura tem uma força especial de tocar as profundezas de noss’alma; de, talvez, despertar aquela saudade da nossa “infância espiritual”, da pureza de espírito perdida ou pelo menos escondida entre tantas “aquisições” que vamos fazendo ao longo da vida; saudade de voltar a um estilo de vida na simplicidade, no qual todos os filhos e filhas de Deus possam ter um lugar digno onde reclinar sua cabeça, uma mesa onde possa saciar sua fome e sede, um lugar para trabalhar e realizar suas aspirações, terra para plantar e colher, liberdade de ir e vir, tempo para rezar, louvar e agradecer, escola, saúde e tempo livre para “jogar conversa fora” com os amigos e vizinhos.
No Natal, um Menino nos é dado, e Deus nos é revelado: Ele nos surpreende. Não combina com as costumeiras imagens que temos de Deus. Vem numa “embalagem” bem discreta. Em vez de Todo-poderoso, ele vem Todo-Frágil (carente, dependente dos outros para sobreviver); em vez de Altíssimo, ele se faz o Baixíssimo; em vez de palácio real ou hotel cinco estrelas, escolhe um estábulo; durante 30 anos permanece no anonimato.
Natal é o começo da realização do Sonho de Deus: ser um de nós, divinamente humano. A outra parte do sonho de Deus é que nós sejamos como Ele! Humanamente divinos.
É um tempo como os outros, mas totalmente diferente. É como se os homens e as mulheres, sentindo Deus mais perto do que nunca, entendessem que o mundo é viável, que há mais motivos para o amor do que para a intolerância, mais razões para a paz do que para a violência.
Aproveitemos esse tempo tão como os outros, mas tão diferente dos outros, para nos encher de esperança. Eleve a Deus uma prece de ação de graças por sua família, por sua comunidade, por seus amigos, por suas realizações, e também por seus sofrimentos que te fizeram mais forte. E suplique a Deus a graça de um Novo Ano com muita paz, justiça e amor para todos. Um Feliz Natal a todos e, especialmente a você assinante do nosso informativo, a você caríssimo leitor e aos componentes da Equipe do Roceiro.
Dom Ailton Menegussi
Bispo diocesano