

Senhor do Bonfim (Cratéus)
A História da Paróquia e Catedral do Senhor do Bonfim
A história da Paróquia Senhor do Bonfim é o alicerce sobre o qual a cidade de Crateús foi construída. Mais do que um templo religioso, ela representa o marco zero da ocupação e da fé no sertão dos Inhamuns.
O Início: Fé e Colonização (Século XVIII)
Tudo começou em meados do século XVIII, em uma região habitada originalmente pelos índios Kariris. Em 1769, foi erguida a primeira capela, uma construção rústica de taipa, fruto da promessa de colonizadores que traziam consigo a devoção ao Senhor do Bonfim, vinda de Salvador, Bahia.
Já em 1770, percebendo que a pequena capela não comportaria o crescimento do povoado, iniciou-se a construção de um templo de alvenaria. Um momento simbólico ocorreu em 1792, com a chegada da imagem oficial do padroeiro, vinda da capital baiana, consolidando Crateús como um polo de fé.
A Criação da Freguesia (Século XIX)
Naquela época, a região ainda pertencia à província do Piauí e a vila era denominada Príncipe Imperial. A autonomia religiosa veio em 6 de julho de 1832, quando foi oficialmente criada a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Príncipe Imperial.
A igreja passou por uma grande reconstrução por volta de 1898, adquirindo traços arquitetônicos que, embora modificados ao longo do tempo, deram a base para a imponência que o edifício possui hoje no centro da cidade.
De Matriz a Catedral (Século XX)
O século XX trouxe a maior transformação institucional para a paróquia. Em 1963, o Papa Paulo VI assinou a bula de criação da Diocese de Crateús. Com isso, em 1964, a então Igreja Matriz foi elevada à dignidade de Catedral.
Este período foi marcado pela presença de Dom Antônio Batista Fragoso, o primeiro bispo da diocese. Sob sua liderança, a paróquia e a catedral tornaram-se centros de intensa atividade social e política, focada na organização das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e na defesa dos trabalhadores rurais, tornando a Paróquia de Crateús uma referência histórica na Igreja do Brasil.
O Legado Atual
Hoje, a Catedral do Senhor do Bonfim é o símbolo máximo da identidade crateuense. Seus festejos, que culminam no dia 1º de janeiro, são uma das maiores manifestações de fé do Ceará, atraindo filhos da terra que moram em todo o país para renovar seus votos ao "Pai do Bonfim".
